Consciência negra e a discriminação
O Dia da Consciência Negra representa a luta dos negros contra a discriminação racial e a desigualdade social. A data faz referência a morte de Zumbi, líder Quilombo dos Palmares, que lutava pela liberdade do seu povo contra a escravidão do Brasil em meados de 1670.
Infelizmente, o racismo ainda é muito presente em nossa cultura, nem sempre se apresenta com sinais de agressão física ou ofensas verbais. Um olhar indiferente ou uma expressão popular, por exemplo, também são provenientes do racismo enraizado na nossa sociedade.
O Dia 20 de Novembro relembra essa causa, a luta dos negros contra a discriminação no Brasil, porém mesmo que esta seja celebrada neste dia, a causa negra ainda depende de muito combate.
As desigualdades raciais refletem em vários âmbitos da vida e podemos presenciar isso em nosso dia-a-dia.
Aline Vieira e sua luta contra o preconceito
Para que possamos ter mais consciência sobre essa realidade, é muito importante darmos lugar de fala para que as próprias pessoas que passam por situações de discriminação, se expressem e compartilhem suas experiências; muito além do que apenas escutarmos o que o outro tem a dizer e complementar com nossa opinião ou achismo, é entender que todos devem ter voz e espaço para falar sobre suas vivências diárias e ser escutado com respeito.
Então, para falarmos disso com mais propriedade, convidamos a nossa parceira, Aline Vieira, para compartilhar com a gente a sua percepção sobre o assunto.
Aline é influencer digital no ramo da beleza e da moda, mulher negra, atualmente reside em Pernambuco e ama dar dicas para suas seguidoras. Ela nos contou que já sofreu muito preconceito desde criança até hoje, por conta da cor da sua pele. Algumas vezes, ela reagiu levando na esportiva, outras, respondeu à altura. Quando questionada sobre como a discriminação lhe afetou ao longo dos anos, Aline compartilhou que enfrentou e ainda enfrenta abalos em sua autoestima e segurança. Para lidar com isso, ela entende que precisa dar tempo ao tempo, tem dias que acorda se sentindo bem, mas tem dias que não. Também recomenda a procura de auxilio profissional, já que a terapia é um lugar onde podemos tratar das questões emocionais.
Perguntamos o que ela considera relevante no combate ao racismo e quais dicas ela pode nos deixar para combatermos o preconceito no dia-a-dia:
“Ter mais diálogo sobre o assunto principalmente com crianças e não classificar as pessoas pela sua cor. Acredito que valorizar as diferenças e principalmente, respeitar se colocando no lugar do próximo, pois as vezes um simples olhar diferente já percebemos que as pessoas estão nos julgando pela nossa cor de pele, então antes de olhar, apontar e falar alguma brincadeira de mal gosto, se coloque no lugar daquela pessoa.”
Combatendo o racismo na prática
O exercício da empatia é um dos primeiros passos que devemos adotar para lutar contra o racismo. Não só se auto corrigindo, mas também corrigindo as pessoas que estão ao nosso redor, quando notarmos comportamentos, brincadeiras e comentários inconvenientes. E como a Aline ressaltou, ensinarmos as crianças a prática da empatia e o respeito pelas diferenças; que ser diferente não torna ninguém superior ou inferior.
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar” (Nelson Mandela).
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